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2012 - Livro Vermelho 2013

Solanum pinetorum (L.B.Sm. & Downs) Bohs NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 06-03-2012

Criterio:

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor:

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Solanum pinetorum apresenta uma distribuição razoavelmente ampla, ocorre também em formações secundárias e está representada em algumas Unidades de Conservação. Entretanto, há uma disjunção significativa na sua distribuição, e é muito pouco provável que esteja havendo passagem de sementes e/ou pólen entre as áreas disjuntas. Devido a isso, suspeita-se que a espécie possa vir a estar ameaçada num futuro próximo.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Solanum pinetorum (L.B.Sm. & Downs) Bohs;

Família: Solanaceae

Sinônimos:

  • > Cyphomandra pinetorum ;
  • > Cyphomandra hispida ;
  • > Cyphomandra angustifolia ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita originalmente como Cyphomandra pinetorum L.B. Sm & Downs na obra Phytologia 10: 436. tab. 9, fig. 8-10. (1964), foi transferida por Bohs (1995) para o gênero Solanum L.

Dados populacionais

​As populações conhecidas apresentam diferentes fenótipos, de acordo com a região em que se encontram. Existe uma verificada disjunção entre as populações de Minas Gerias, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina (WCMC, 1998). Giacomin (com. pess.) indica que as populações se encontram isoladas por matrizes extremamente degradadas, nas quais a espécie não consegue se estabelecer (mesmo ocorrendo em formações secundárias em algumas ocasiões).

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina (Stehmann et al.,2011). As populações do norte de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo estão isoladas das populações situadas nos estados da região Sul por cerca de 250 Km (WCMC, 1998).

Ecologia

Planta terrícola, arbustiva, com cerca de 2 m de altura; heliófita, ocorrendo em Florestas Ombrófilas Mistas (Stehmann et al., 2009) e formações secundárias (Giacomim.com. pess.). Sazima et al. (1993) catalogou visitas de insetos a S. diploconos, S. sciadostylis, S. latiflorum e S. pinetorum do clado S. diploconos.

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes ​A Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária), floresta típica da região sul do Brasil, apresentava uma área de distribuição original situada entre 200.000 a 250.000 km². Abrigando componentes arbóreos de elevado valor comercial, como a Araucaria angustifolia (pinheiro) e Ocotea porosa (imbuia), esta floresta foi alvo de intenso processo de exploração predatório. Atualmente os remanescentes florestais não perfazem mais do que 1% da área original. A Floresta Ombrófila Mista teve significativa importância no histórico de ocupação da região sul, não somente pela extensão territorial que ocupava, mas principalmente pelo valor econômico que representou durante quase um século (Klein, 1985). No entanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentos e queimadas, substituição da vegetação por pastagens, agricultura, reflorestamentos homogêneos (Medeiros et al., 2005). A presença de espécies exóticas e a ampliação das zonas urbanas no sul do Brasil, iniciados nos primeiros anos do século XX, provocaram uma dramática redução da área das florestas originais na região. Hoje, estima - se que os remanesetes de Floresta Ombrófila Mista, nos estágios primários ou mesmo avançados, não perfazem mais de 0,7% da área original (MMA, 2002), o que a coloca entre as tipologias mais ameaçadas do bioma Mata Atlântica. As indicações mais otimistas registram entre 1 a 2% de áreas originais cobertas pela floresta com araucária nos três Estados do Sul (Koch; Corrêa, 2002). Em Santa Catarina restam apenas alguns relictos remanescentes com uma área de aproximadamente 2% da original, que perfazem 4.000 km², distribuídos em fragmentos dispersos (Medeiros, 2000). No Paraná os estudos realizados pelo PROBIO Araucária (FUPEF, 2001), indicam a ocorrência de apenas 0,8% de Floresta Ombrófila Mista em estágio avançado, sendo que a distribuição espacial desses remanescentes apresenta- se dispersa em fragmentos pequenos e médios, não superior a 5.000 ha. Outro aspecto que ressalta a criticidade da Floresta Ombrófila Mista é a carência de espaços legalmente protegidos, sob a forma de unidades de conservação, na sua área de 37 Unidades de conservação nas florestas de araucárias ocorrência original. Face ao intenso processo de degradação florestal observado, a implantação de unidades de conservação de proteção integral se insurge como estratégia inadiável. Não obstante, conforme salientam Castella; Britez (2004), avaliações de estratégias e alternativas para conservação das florestas com araucárias foram feitas nas últimas décadas, sempre salientando sua preocupante criticidade, mas quase nada foi realizado em termos de conservação efetiva.

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: ​A espécie foi considerada Rara (R) de acordo com os critérios utilizados na avaliação de risco de extinção empreendida para a flora do estado do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).

1.2.2.1 International level
Situação: on going
Observações: ​A espécie foi considerada de Baixo Risco (LR/NT) em avaliação de risco de extinção empreendida pelo WCMC (1998) para o Red Listing process.

Referências

- LIEBSCH, D.; MIKICH, S.B. Fenologia reprodutiva de espécies vegetais da Floresta Ombrófila Mista do Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 32, n. 2, p. 375-391, 2009.

- BOHS, L. Transfer of Cyphomandra (Solanaceae) and its species to Solanum. Taxon, v. 44, 1995.

- BOHS, L. Phylogeny of the Cyphomandra clade of the genus Solanum (Solanaceae) based on ITS sequence data. Taxon, v. 56, n. 4, p. 1012-1026, 2007.

- STEHMANN, J.RIN: STEHMANN, J.R. ET AL. Solanaceae. 2009.

- STEHMANN, J.R. ET AL. Solanum in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do. Jardim Botânico do. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/index?mode=sv&group=Root_.Angiospermas_&family=&genus=solanum&species=&author=&common=&occurs=1&region=&state=&phyto=&endemic=&origin=&vegetation=&last_level=subspecies&listopt=1>.

- LIEBSCH, D; MIKICH, S.B. Fenologia reprodutiva de espécies vegetais da Floresta Ombrófila Mista do Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 32, n. 2, p. 375-391, 2009.

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- GIACOMIN, L. Comunicação do especialista Leandro Giacomin, da Pós-graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (MG), para o analista Eduardo Fernandez, pesquisador do CNCFlora, 2012.

- ZULOAGA, F.O; MORRONE, O.; BELGRANO, M.J. Flora del Conosur - Catálogo de las Plantas Vaculares. Instituto de Botánica Darwinion. Disponivel em: <http://www2.darwin.edu.ar/Proyectos/FloraArgentina/FA.asp>.

- MEDEIROS, J.D.; SAVI, M.; BRITO, B.F.A. Seleção de áreas para criação de Unidades de Conservação na Floresta Ombrófila Mista. Biotemas, v. 18, n. 2, p. 33-50, 2005.

- CARVALHO L.D.F.; COSTA, L.H.; DUARTE, A.C. Diversidade taxonômica e distribuição geográfica das solanáceas que ocorrem no Sudeste Brasileiro (Acnistus, Athenaea, Aureliana, Brunfelsia e Cyphomandra). Rodriguésia, v. 52, n. 80, p. 31-45, 2001.

- WORLD CONSERVATION MONITORING CENTRE. Solanum pinetorum. In: IUCN 2011 in IUCN Red List of Threatened Species. Disponivel em: <www.iucnredlist.org>.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE/DEUTSCHE GESSELLSCHAFT TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT (SEMA/GTZ). Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná, Curitiba, PR, p.139, 1995.

Como citar

CNCFlora. Solanum pinetorum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Solanum pinetorum>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 06/03/2012 - 13:52:19